sábado, 17 de dezembro de 2022

Corpo sonâmbulo

 Em que rio te escondes

Corpo sonâmbulo das vagabundas noites

Mestre das palavras

Feiticeiro dos dias de neblina,

 

Em que corpo habitas

Cansado menino sem esperança

Melodia das manhãs de Inverno…

Que corpo é este

Que transporto

Que nada me diz

Quando desce a lua sobre o meu cabelo,

 

Não sei em que corpo te escondes

Se tens um corpo para te esconderes,

 

Sonâmbulo amigo

Amigo que procuras as espadas

E te suicidas com elas,

 

E te libertas das canções envenenadas pelo silêncio

Teu corpo

Meu corpo

Menino sem Pátria

Menino das sandálias e dos calções;

Teu corpo

É o meu corpo

E tu

Meu querido corpo sonâmbulo

Abres a mão

Abres a mão e esperas que cada pingo de chuva

Seja apenas uma palavra…

 

Nada mais do que uma palavra

Uma palavra disfarçada de pingo de chuva.

 

 

 

 

Alijó, 17/12/2022

Francisco Luís Fontinha

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