Não morras no meu corpo,
Não suportaria mais
mortes no meu corpo,
Não morras enquanto o dia
é dia,
Enquanto o dia é um
tapete de sombra.
Não morras no meu corpo,
Porque a morte é uma
viagem sem destino,
E acredita que não me apetece
viajar…
E tão pouco sei o que é o
destino.
Não me morras,
Não me morras como
morreram as minhas árvores,
Os meus pássaros,
E todos os meus barcos,
Não me morras neste corpo
em silêncio,
Que o granito que
transporto nos ombros
É tão pesado,
Tão pesado…
Que mal consigo voar.
E se um dia morreres no
meu corpo,
Avisa-me; para que eu
saiba que vais morrer.
Não. Não morras no meu
corpo.
Alijó, 17/12/2022
Francisco Luís Fontinha
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