Que às vezes
Muitas vezes
Da noite escura
Crescem as magnólias do
teu olhar
Quando habitas e voas
sobre o meu peito
Cubro-te de beijos
Acaricio-te como se
fosses uma branca folha
Em papel desejo
E com as minhas mãos
E com os meus lábios
Escrevo em ti
E desenho em ti
O último voo do flamingo.
A noite traz até nós
As estrelas que o criador
semeou
E nos teus lábios
Os teus doces lábios
Cresce um invisível rio
Um rio sem nome
Porque os nomes apenas
servem
Para procurar a saudade
Junto ao mar
E para que queremos nós
saber o nome deste rio…
Se podemos entrelaçar as
mãos
E fazer da noite
Um barco de desejo em
pequenos círculos de insónia.
Que às vezes
Muitas vezes
Da noite escura
Crescem as magnólias do
teu olhar
E sei que quando
acordamos
Um fino fio de luz poisa
sobre os teus olhos…
E então percebo o que é a
paixão.
Alijó, 26/12/2022
Francisco Luís Fontinha
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