segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

As magnólias do teu olhar

 Que às vezes

Muitas vezes

Da noite escura

Crescem as magnólias do teu olhar

Quando habitas e voas sobre o meu peito

Cubro-te de beijos

Acaricio-te como se fosses uma branca folha

Em papel desejo

E com as minhas mãos

E com os meus lábios

Escrevo em ti

E desenho em ti

O último voo do flamingo.

 

A noite traz até nós

As estrelas que o criador semeou

E nos teus lábios

Os teus doces lábios

Cresce um invisível rio

Um rio sem nome

Porque os nomes apenas servem

Para procurar a saudade

Junto ao mar

E para que queremos nós saber o nome deste rio…

Se podemos entrelaçar as mãos

E fazer da noite

Um barco de desejo em pequenos círculos de insónia.

 

Que às vezes

Muitas vezes

Da noite escura

Crescem as magnólias do teu olhar

E sei que quando acordamos

Um fino fio de luz poisa sobre os teus olhos…

 

E então percebo o que é a paixão.

 

 

 

 

Alijó, 26/12/2022

Francisco Luís Fontinha

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