Oiço do vento que me abraça
A voz rouca das estrelas
mortas,
Cruzo os braços,
Incendeio os teus lábios
com beijos
Quando sei que do teu
olhar
Uma canção se despede de
mim,
E deste grito, a paixão
das espadas que o sono traz da montanha,
Bebo o veneno das
palavras que me alimentam,
Bebo a espuma que
transborda do mar,
E fico inerte, e fico
doente,
E dou-me conta que a
morte é apenas um retracto,
Bebo da tua boca
A sapiente canção que
deixei sobre a mesinha-de-cabeceira,
E a corda com que ato
este embrulho, esconde-se na minha mão,
Como se escondem os muros
em xisto
Destes socalcos em flor,
Ai meu amigo…
Onde estão os nossos
barcos
Que habitavam nas
serpentes da insónia,
E não sabiam o nosso
nome.
Alijó, 19/11/2022
Francisco Luís Fontinha
Sem comentários:
Enviar um comentário