O oiro dos teus olhos
Em cada palavra escrita
Em direcção às alegres nortadas
Dos pobres jardins de
prata
Termina o corpo
Nas tuas mãos incendiadas
pelo clitóris da insónia
Perco-me neste livro
Que escrevi
Escrevo
E queimo mesta fogueira
de medo
A cidade morre-me
A cidade cansa-se da
minha sombra
E encontro os círculos do
desejo
Nos teus lábios de
silêncio
E sei que as minhas
cartas são poeira
Sombra destes pobres
ossos
À janela da água salgada
que alimentam o teu cabelo
E dizem-me que amanhã
As árvores pertencerão às
dízimas lâminas deste corpo em combustão
Como toneladas de sucata
na lareira da paixão.
Alijó, 19/11/2022
Francisco Luís Fontinha
Sem comentários:
Enviar um comentário