Morreram-me todas as fotografias
Enquanto a espuma do luar
pertence-te
E do húmus silêncio
Regressam ao meu peito as
flores da loucura
De um Deus ausente,
De uma mão que acusa
Se levanta e ergue sobre
a manhã
As cerejas da Primavera
Somos instantes
Fios de sombra
Nas asas de um rio,
Somos pertences
Na algibeira dos jardins
inconformados
Entretanto
Suportas-me
E finges que nas minhas
mãos
Não transporto a dor
E o sangue das catacumbas
envenenadas
Que sinto correr nas
minhas veias…
São como o meu corpo;
veneno.
E desta manhã embalsamada
Onde guardo as lágrimas
do sorriso cio
Invento em ti
As palavras que semeio
Das palavras que lanço ao
vento.
Alijó, 29/10/2022
Francisco Luís Fontinha
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