Cerro os olhos,
Percebo que transporto na
mão
As lágrimas da alvorada,
Lamento informar vossa
excelência,
Mas esta madrugada é de graça,
Puxo de um velho cigarro,
Não me lembro de nada,
Lamento,
Parece que acordaram
agora as acácias,
E do outro lado da rua,
Nem um pequeno sorriso…
Lamento informar vossa
excelência,
Mas o rio deixou de
correr para o mar,
À janela, a menina das
serpentes,
Chora,
Acreditava nos sonhos,
E dou-me conta que os
sonhos são cadáveres de sono
Descendo a Calçada da
Ajuda,
E se ajuda ou não ajuda,
Ela, dorme sobre a erva
laminada da manhã,
Cerro os olhos,
Percebo que transporto na
mão
As lágrimas da alvorada,
E de um pequeno sorriso…
Observo-o… lamento informar
vossa excelência.
Alijó, 24/09/2022
Francisco Luís Fontinha
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