Descia a calçada descalça
Dentro da sombra imanada
da solidão,
Descia a calçada
envenenada
Pelas rosas do meu
jardim,
Descia a calçada descalça
Acompanhada pelo perfume
do Verão,
Descia a calçada cansada,
Cansada de tanta paixão,
Descia a calçada das
estrelas
Como se o sopro da manhã
Se levantasse do chão;
Descia a calçada
madrugada
Enquanto o enforcado
poeta
Escrevia na mão…
Enquanto a desgraçada
calçada
Morria de paixão.
Descia a calçada descalça
A menina das planícies além-mar,
Trazia um barco suspenso
na saia
E um marinheiro
acorrentado aos lábios…
Descia a calçada descalça
A menina luar,
Sem perceber que esta
calçada
É apenas um pássaro de
voar.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 08/05/2022
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