quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Beijos de amar

 

Batem à porta

E o carteiro não é certamente,

Porque já é noite,

E o carteiro

Já dorme docemente.

Será a flor do meu jardim

Que acaba de acordar?

Não é a flor

Nem é a mim,

Que querem fazer levantar.

São palavras suspensas

Nas árvores do mar,

São batimentos

São pancadas,

Pancadas de embalar.

Batem à porta

E o carteiro não é certamente,

O carteiro já dorme,

Dorme felizmente,

Batem à porta

Da porta de embalar,

Batem na porta da porta,

Beijos de amar.

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 21/10/2021

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