Batem à porta
E o carteiro não é
certamente,
Porque já é noite,
E o carteiro
Já dorme docemente.
Será a flor do meu jardim
Que acaba de acordar?
Não é a flor
Nem é a mim,
Que querem fazer
levantar.
São palavras suspensas
Nas árvores do mar,
São batimentos
São pancadas,
Pancadas de embalar.
Batem à porta
E o carteiro não é
certamente,
O carteiro já dorme,
Dorme felizmente,
Batem à porta
Da porta de embalar,
Batem na porta da porta,
Beijos de amar.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 21/10/2021
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