Nesta equação em
movimento
Dentro deste espaço
desorganizado
Nesta caixa multibanco
Saltitante
Desta rua sem nome,
Desta pedra o alimento
Das veias ao corpo crucificado
Correndo descalço na
equação me sento
Às sílabas a palavra
andante
Que o meu corpo ausente,
Não vê nem sente,
O pão da fome.
Nesta cidade vaidosa
Com ruas rendilhadas
Porque a equação em
movimento,
Triste e nua,
Quando voa na sombra das
esplanadas
Escreve na mão o mar
Depois de comer a lua,
Sem perceber que da mão
oleosa,
As palavras da equação
São números letras
sombras… poesia.
Dentro do coração
Vive o poeta equação
Que nem sequer sabia
Que a razão
Entre o seno
E o co-seno
Se chama tangente;
A tangente da paixão.
Que duas rosas plantei
Num qualquer caderno quadriculado,
Duas rosas amei,
Por duas rosas chorei;
O papel semeado.
Desta pedra o alimento
Das veias ao corpo crucificado
Correndo descalço na
equação me sento,
Correndo descalço na
equação sou enforcado.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 08/09/2021
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