quinta-feira, 25 de abril de 2019

O falso poeta


O pilantra poeta que vos escreve,

É um falso poeta,

É um nocturno livro com folhas de nada,

O abismo,

Na madrugada.

 

O falso poeta,

O profeta das palavras imaginadas por um louco,

Que um dia sonhou ser poeta,

E hoje é um palerma de merda,

Sentado numa qualquer esplanada.

 

O profeta, poeta, embrulha-se no seu poema,

Roubado dos jardins públicos da aldeia,

Escreve no chão,

Grita a liberdade por estar vivo

E não ter ido à Guerra.

 

Esse mesmo, o eu, o poeta de merda…

O homem dos sonhos irrealizáveis,

Dos desenhos abstractos das montanhas do silêncio…

Quase nada,

Nada.

 

O pilantra poeta,

O dos livros queimados,

O transeunte ilustre da cidade apagada…

Fujam de mim,

Que nada valho…

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

25/04/2019

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