terça-feira, 31 de outubro de 2017

O silêncio do imperfeito



Perfeito.
Imperfeito.
O silêncio mutante da escuridão,
Quando desce da montanha uma pobre canção,
Feio,
Feito, diz ele, antes da morte,
Perfeito.
Imperfeito.
Pobre,
Nobre,
Enquanto caminham sobre a Lua as sombras terrestres do medo,
Um foguetão em apuros,
Uma traineira desgovernada,
Só, e sem nada,
Perfeito.
Imperfeito.
Sempre suspenso no alpendre da dor,
Sente,
Sofre,
Para quê? Se ele percebe que vai morrer…
Sinto,
Ele,
No deserto das serpentes,
Perfeito.
Imperfeito.
Sem jeito.
Silêncio…
Um caixão em lágrimas,
As pálpebras em chamas,
E, a vida parece uma lâmpada sem alma.



Francisco Luís Fontinha
Alijó, 31 de Outubro de 2017

Sem comentários:

Enviar um comentário