quinta-feira, 24 de agosto de 2017

O sono utópico


Não sei o que te diga,

O sono utópico na displicência da ignorância,

Cansaço, muito, agreste e triste,

Triste e alegre do cansaço absorvido no dia sem fim…

Conto os segundos, conto os minutos… e perco-me nas horas mortas, sem destino, nas palavras, e, e nas searas envergonhadas,

Desconfio que fui atropelado por um poema sem nexo, idade… ou cidade,

Dispo a farda, poisa a arma de papel sobre a secretária, pego novamente na arma e disparo… e sinto a cabeça cravada no espelho do quarto,

Estou parvo, hoje, cansado, hoje, farto das palavras, e farto dos livros,

Não sei o que te diga,

O sono,

O tédio,

Casa assombrada e a arder de febre,

E o sofrimento nas mãos…

(estou parvo, hoje, meu amor).

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 24 de Agosto de 2017

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