domingo, 19 de junho de 2016

casa assombrada


há uma caverna de cinza nas tuas palavras,

o silêncio amarga os dedos do sofrimento,

e o vento se alicerça nos teus lábios,

de graça,

vem de longe a barcaça…

com os meus restos mortais,

 

há uma casa abandonada,

onde habita a escuridão dos dias adormecidos,

e os bandidos vivos saboreando uma esplanada,

as ruas envenenadas,

as trôpegas pedras das calçadas,

que só eu consigo alimentar,

 

há uma caverna,

há uma casa…

de cinza

de prata…

há no teu cabelo um chapéu de lata…

com a sanzala dos meninos envergonhados.

 

Francisco Luís Fontinha

domingo, 19 de Junho de 2016

Sem comentários:

Enviar um comentário