Os
meus dias desiguais,
Penosas
manhãs de incenso
Suspensas
na umbreira do silêncio,
A
ânsia de estar só,
Quando
um intruso aparece dentro de mim
E
me transporta para o desejo,
Fico
triste,
Levito
na insignificante toalha de vidro que poisa sobre a noite,
Os
meus dias travestidos de saudade,
O
vício infestado de insectos
Que
deambulam nos meus ossos,
A
idade surpreende-me,
Ausenta-se
do meu corpo,
Alimento
as roldanas do cansaço
Com
as palavras que não escrevo,
Porque
tenho medo das palavras,
Porque
tenho medo de escrever…
Sentir
em meu redor os barcos da infância
Em
pequenos passeios no lago,
Sentir
na minha mão a ferrugem do sonho
Que
habita o meu corpo,
Sentir
na minha mão os fragmentos do sono
Que
habitam o meu olhar,
Dizer
que te amo é pura falsidade,
Não
amo,
Não
quero ser amado…
Apenas
quero dormir descansado.
Francisco
Luís Fontinha
sexta-feira,
13 de Maio de 2016
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