terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O segredo


O segredo,

O meu segredo,

As palavras engasgadas no silêncio,

O medo,

O medo de amar não amando,

O medo da paixão…

Não desejando,

Este infeliz transeunte abandonado,

Abandonando o poema,

Fugindo dos desenhos construídos na escuridão,

O medo,

O medo da solidão,

Todas as noites,

Cai o cortinado sobre as pálpebras da tristeza,

Invento certezas,

Invento sofrimento nas amoreiras dos teus lábios,

Porque sinto,

Porque minto

Amar-te,

Não te amando,

E não te querendo,

Hoje,

Amanhã…

Logo à noite,

Logo à noite talvez,

O infeliz petiz

Galgando as amarras do prazer,

O clitóris da sinfonia floridas dos cardos

Cospem metáforas, calçadas e sorrisos,

O segredo,

O meu segredo,

O nosso segredo… morto junto ao rio.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

terça-feira, 19 de Janeiro de 2016

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