segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Triste tempo recheado de fotografias


Não tenho tempo

Para desenhar lágrimas no meu rosto cansado,

Não tenho tempo

Para folhear os álbuns de fotografias…

Esquecidos sobre uma secretária,

Que mais parecem um cemitério, umas mortas, outras perdidas,

Outras… vivas quase mortas,

Gente anónima,

Sem tempo para conversar,

Não,

Não tenho tempo

Para o amor

E esculpir a paixão na madrugada,

Não tenho tempo para construir sonhos

Que acabam sempre por ruir…

Não tenho tempo

Para imaginar-me dentro de um espelho,

Triste,

Derrotado pela força do vento,

Não tenho tempo

Para ninguém…

Apenas estou aqui,

Sentado,

A olhar o meu relógio parado…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 17 de Agosto de 2015

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