Sinto-me
um abutre sem dono
Margaridas,
meu amor, margaridas no teu corpo,
Margaridas
em sono,
Em
flor,
Em
dor,
Sinto-me
um transeunte vestido de negro,
Confundindo-me
com a noite,
Quando
a noite era apenas um desenho incógnito,
Sou
a luz da escuridão iluminada,
Margaridas,
meu amor,
Margaridas
na esplanada,
Margaridas
sem nada…
Oiço
a tua voz envergonhada,
Sinto
o teu corpo recheado de amendoeiras,
Margaridas,
meu amor,
Margaridas…
margaridas entranhadas nas videiras,
Quando
tínhamos as janelas encerradas,
Não
existiam madrugadas,
Margaridas,
meu amor, margaridas roubadas,
Margaridas
em ti assassinadas.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira,
7 de Agosto de 2015
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