Solidifica-se
o corredor da esperança
Sinto
as vergastadas palavras
Do
sofrimento
Alimento-me
de poemas
Meu
amor
(meu
amor inventado)
Vê
tu
Poemas
Sei
que todas as tempestades
Morrem
Como
o amor
Solidifica-se
o corredor
Sento-me
E
durmo
Não
sonho meu amor
Imagino
transeuntes brincando na areia
Folheando
peles cintilantes
E
namorados invulgares
Tanto
sofrimento
Meu
amor
Perceber
que a vida
É
a vida
Um
segundo apenas
No
teu relógio
A
madrugada sobressai nas límpidas telas dos beijos encarnados
Imaginava-te
penumbra como a noite
Com
asas
E
voavas…
O
infinito adeus
Quando
tu
Sentado
Me
abraças
Gosto
de ti
Gosto
de ti como se fosses o meu preferido livro de infância
Aquele
com desenhos de estanho
As
curvas
Uma
pulseira nos teus lábios
O
marfim
A
morfina andorinha pregada ao teu texto
Escrevo
com odor
Sem
pensar
Que
tu
Meu
amor
És
inventada
Inventada
Uma
boneca de sorrisos
Um
cortinado em linho
Suspendido
Crucificado
ao amanhecer
Existes
Meu
amor?
Porque
são desertas as ruas da nossa cidade
Do
nosso bairro
Da
nossa infância
Os
primeiros beijos desenhados num velho Castanheiro
As
castanhas entranhavam-se nos teus seios minúsculos
A
morte
Meu
amor
És
inventada
Uma
carta nunca escrita
Secreta
Anónima…
…
Amo-te
Meu
amor…
Adormecida
cancela da escuridão
Sei
que tu…
Partirás
para o Inverno
Não
importam os teus álbuns fotográficos
Porque
Meu
amor…
Perdi
a paciência para te amar
Meu
querido
Como
é o sofrimento?
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira,
24 de Abril de 2015
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