(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
Imagino os teus
olhos navegando no silêncio da madrugada,
faltam-me as
palavras
e as pedras
imaginadas pela noite abandonada,
faltam-me as tuas
mãos entranhadas nas minhas mãos...
as correntes em aço,
um barco adormecido
nas pálpebras do ciúme,
que só o espelho do
amanhecer consegue acariciar,
imaginadas lâminas
de desassossego
nas ruas íngremes
do desejo,
não tenho tempo
para desenhar o teu sorriso nas sombras do corpo envelhecido
da aldeia
em lágrimas,
Imagino os teus
olhos masturbados na montanha
onde habitam os fios
da loucura,
o poema alicerçado
aos rochedos da solidão,
o medo,
a morte...
da aldeia
em lágrimas,
como uma criança
sem nome,
idade,
nada...
as correntes em aço,
e pequenas migalhas
de saudade.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 1 de
Fevereiro de 2015
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