(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
Tenho medo meu amor
quando os murmúrios
da noite caem sobre os teus seios poéticos
e o fantasma do
poema acaricia o teu corpo
como se fossem as
minhas mãos encardidas pelo passado
tenho medo
meu amor
quando chove
tempestades...
e tu
não estás
ausente
viajante
dos círculos de
gesso
e das acrílicas
esferas que dormem nos teus cabelos
tenho medo do teu
silêncio
e dos teus lábios
de pergaminho
a rua deserta meu
amor
um cigarro
despede-se de mim
como se esta fosse a
nossa última noite
juntos
e tu
não estás
ausente
viajante
do cúbicos orgasmos
literários
tenho
medo
meu
amor
das pedras
dos pássaros
… e das flores
tenho medo que
regresses
em formato digital
a preto e branco
a fotografia da teu
destino...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 29 de
Janeiro de 2015
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