As máquinas
enraivecidas
como vozes sem dono
vagueando no areal
o sexo morre quando
regressa a preia-mar e levita o caixão da insónia
um pequeno soluço
uma fina película
de vento poisa sobre o corpo dela
e não existem
gaivotas nas proximidades
a cortina nocturna
do desejo... desce ao silêncio corpo fervilhando
dás-me a mão
e em finíssimos
esqueletos de palha voando em direcção ao cinzento telhado de xisto
alcançamos o beijo
desenhado
decalcado nos teus
lábios em flor,
as máquinas não
sentem nem sabem o significado do “AMOR”
e tal como eu
um exército de
máquinas desconhece o significado do “AMOR...
queria ser um barco
passeando pela cidade adormecida
deitar-me quando
todos acordam...
e acordar quando
todos se deitam
levemente e aos
poucos
alicerçar-me à
minha cama desgovernada
sem nome
sem nada...
queria ser um
barco... um barco em papel descolorido
amargo
sofrido
um barco simples
mais simples do que
o “AMOR” das máquinas e do exército de máquinas...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 12 de
Novembro de 2014
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