Orvalhara o
feldspato frio do meu peito,
Inventaste a manhã
para me obrigar a acordar,
Roubaste-me os
sonhos que embrulhavam a noite de carvão…
Semeaste nos meus
braços o desejo,
Plantaste em mim a
flor proibida,
Plantaste em mim o
jardim dos beijos,
Escreveste nos meus
cabelos “amo-te”…
Quando do açafrão
o amarelo amanhecer penetra o meu olhar,
Sinto as minhas
pálpebras de papel voarem em direcção ao mar,
Sós…
Como se elas fossem
o feldspato frio que se acorrenta ao meu peito,
E sei que me olhas
enquanto escrevo,
Roubaste-me todas as
canetas de tinta permanente que habitavam em mim,
Escondeste os livros
e as sebentas do meu cansaço,
Guardas dentro de ti
a chave do meu coração…
E apenas me deixaste
os cachimbos adormecidos que a madeira apodrecerá,
Sem que uma fina
lágrima se agarre ao espelho das tuas coxas,
Sós…!
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 27 de
Agosto de 2014
Sem comentários:
Enviar um comentário