Habita em nós uma
jangada de silêncio,
permanecemos imóveis
sobre as asas do vento,
pertencemos às
rectas paralelas que se abraçam no infinito...
e se amam,
e se beijam,
somos a geometria
nocturna do prazer,
às vezes só a
cidade existe entre os nossos corpos,
às vezes... às
vezes eles tocam-se e uivam sorrisos de neblina,
habita em nós a
preguiça de acordar,
dizem-nos que lá
fora chove, dizem-nos... dizem-nos que somos dois pássaros vadios,
em cio,
como este rio que
nos engole,
Habitam em nós os
tentáculos de silício com lábios de gelo,
procuramos o
esconderijo de amar,
e ninguém...
e ninguém sabe o
significado de “sílaba tonta”...
Escrever em ti,
como se deixasses de
pertencer à jangada de silêncio...
e se amam,
e se beijam,
os nossos corpos
argamassados pelo desejo,
viver...,
e se amam,
e se beijam...
os poemas esculpidos
nos teus seios,
habitam em nós os
moliceiros,
e um marinheiro nos
guia até à eternidade...
e nos engana, e nos
absorve... como se fossemos duas estrelas de suor...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Terça-feira, 26 de
Agosto de 2014
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