Ao longe, as tuas
mágoas de acetileno caminhando rochedos abaixo,
não existem
abraços, nada te toca, e tudo... e tudo te silencia,
o morganho subindo
as escadas dos tristes telhados de zinco,
o azoto evapora-se
nos lábios tenros da madrugada,
uma enxada, uma
enxada estremece quando penetra a terra cansada do teu corpo,
ficas imóvel,
desenhas-te no espelho da saudade... como se fosses uma flor de
carne,
há em ti o olhar
triste dos dias sem prazer,
há em ti o desejo
louco de me tocar... mas... mas eu, mas eu sou apenas um pedaço de
aço,
enferrujado,
tão enferrujado
como o barco que nos espera, como o barco encalhado nos teus seios...
ao longe, as tuas
coxas de areia,
mergulhadas nas
tâmaras sílabas da paixão.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 1 de
Agosto de 2014
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