Regressei,
poisei o pé na gare
comovida pelo meu sorriso,
olhei,
ninguém à minha
espera,
... quem poderia
esperar por mim!
havia pássaros ao
redor,
havia flores no
jardim contíguo à estação,
olhei,
e nem uma míngua
lágrima clandestina a voar sobre o meu peito,
havia um cão
desnorteado,
talvez recheado de
fome,
pancada... e carente
de amor,
Toquei-lhe,
olhou-me,
e acolheu-me até
hoje,
Regressei,
trazia nos ombros as
almofadas do cansaço,
tinha nas mãos o
silêncio dos morcegos e envenenados pela insónia,
toquei-lhes,
olharam-me,
e acolheram-me até
hoje,
hoje,
hoje tenho um cão,
e... e meia dúzia
de morcegos,
o cão envelheceu, o
cão... o cão parece os gonzos de uma porta peneirenta,
de uma porta sem
saída,
e os morcegos...
esses... também eles carentes de amor...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 30 de
Junho de 2014
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