foto de: A&M ART and Photos
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Voas nos meus olhos, gaivota madrugada,
procuras em mim, palavras,
voas porque sentes nos teus lábios o
vento em desejo,
e no teu prometido beijo, uma simples
canção, melódica... e adormeço,
e esqueço que lá fora habitam
telhados de vidro, esqueletos de prata,
bairros em lata,
lá fora, na imensidão nocturna da
embriaguez,
e um dia, talvez... talvez percebas as
minhas tristes palavras,
como pertence aos muros o xisto
envenenado,
dos socalcos... o cansaço humano
vestido de negro,
e no rio... no rio o meu corpo
ensanguentado pelas nobres estrelas da cidade,
voas, voas sem saber que estou vivo...
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 20 de Março de 2014
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