foto de: A&M ART and Photos
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Invenção do meu caderno negro
que a noite me pertence
que a noite me habita como uma carcaça
de pão
que a noite me grita e me insulta...
como a um aldrabão
invenção
das tristes linhas paralelas que o
cansaço vence
um polícia que me multa
e escreve com letra apressada o meu
nome
morada
e eu... eu afogando na carcaça a minha
fome
a minha mágoa na tua boca em meu divã
deitada,
Invenção do meu caderno negro
da palavra
invenção do meu caderno impuro aberto
nu com alma macabra
quando do esqueleto da vaidade
acorda uma cidade
um infeliz transeunte com sabor a
madrugada
manhã submersa ensanguentada...
invenção
na paixão
misturada nas flores com plumas de
mão...
da palavra
a palavra envenenada que o cisne
entranha nas frestas da solidão.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 7 de Janeiro de 2014
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