foto de: A&M ART and Photos
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volúpia madrugada em ti
quando te tocavam as minhas pétalas
mãos
ouvíamos o silêncio desejo subir os
andaimes da paixão
sentávamos-nos sobre a pedra
emagrecida da vaidade
acariciávamos os vampiros olhos da
noite sem nome
éramos dois vagabundos
mergulhados na tristeza
éramos dois corpos de açúcar ínfimos
nos alicerces da beleza
não sabíamos que as palavras viviam
em nós
como viviam em vós os pedaços de
papel da alvorada
cansados em sexo de ocasião...
sentávamos-nos sobre a almofada e
sorriamos para o espelho carrancudo da noite
os outros éramos nós em volúpias
canções de amor
quando roubávamos às palavras as
almas e os sinos da transatlântica corrente de aço
ouvíamos os gonzos das esplanadas que
entravam logo pela manhã na cidade dos vícios...
fumávamos e fodíamos
fumávamos e dormíamos
fumávamos e... nada como volúpias
madrugada em ti
quando as minhas pétalas mãos
fecundavam as sílabas do prazer
e nascia o teu e só teu poema
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sábado, 2 de Novembro de 2013
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