sábado, 2 de novembro de 2013

volúpias madrugada em ti

foto de: A&M ART and Photos

volúpia madrugada em ti
quando te tocavam as minhas pétalas mãos
ouvíamos o silêncio desejo subir os andaimes da paixão
sentávamos-nos sobre a pedra emagrecida da vaidade
acariciávamos os vampiros olhos da noite sem nome
éramos dois vagabundos
mergulhados na tristeza
éramos dois corpos de açúcar ínfimos nos alicerces da beleza
não sabíamos que as palavras viviam em nós
como viviam em vós os pedaços de papel da alvorada
cansados em sexo de ocasião...
sentávamos-nos sobre a almofada e sorriamos para o espelho carrancudo da noite
os outros éramos nós em volúpias canções de amor
quando roubávamos às palavras as almas e os sinos da transatlântica corrente de aço
ouvíamos os gonzos das esplanadas que entravam logo pela manhã na cidade dos vícios...
fumávamos e fodíamos
fumávamos e dormíamos
fumávamos e... nada como volúpias madrugada em ti
quando as minhas pétalas mãos fecundavam as sílabas do prazer
e nascia o teu e só teu poema


(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sábado, 2 de Novembro de 2013

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