foto de: A&M ART and Photos
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prometidas equações de prata nos
olhos da cidade agoniada
da boca os sinceros mergulhos de
solidão
como simples quadrados traçados no
térreo pavimento do desejo
há nela uma janela com vidros de sémen
que caminham
e vivem no Mosteiro da insónia
prometidas coisas
sem sentido sem sentido...
simples
simples anexos de chita
sobre o nu travesti que as coxas do
silêncio absorvem antes de terminar o dia
e prometidas linhas de fino ouro que
atravessam as ruelas dos sonhos
e infestam de palavras as mãos
ensanguentadas das mulheres-sombra
alimentam-se de pedaços papel e
singelas migalhas de areia da algibeira da agonia
sentíamos os velozes corpos
transatlânticos vestidos de aço como líquido esquelético dos
alicerces de vidro
e amávamos-nos quando nos
embrulhávamos nas montanhas das gaivotas em cio
prometidas equações que o teu corpo
seduz como a Professora quando do aluno fantasma
ossos e pregos e madeira ressequida
saltitam no recreio da escola
há árvores sobre os diques do prazer
quando ejaculam as searas os palhaços de trapos de cetim
e amávamos-nos sobre quatro rodas em
movimento curvilíneo
um pêndulo e um cordel
e tudo o que nos restou da tempestade
de zinco aos telhados engrenados no teu ventre
chovia enquanto desenhávamos sexo nas
frestas do gesso
às paredes argamassadas das esquinas
iluminadas pelo teu olhar de manteiga...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 14 de Novembro de 2013
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