foto de: A&M ART and Photos
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poéticas madrugadas de ninguém
mergulhadas no mar parecendo um veleiro
embriagado
só
coitado...
poéticas manhãs sem sentido que da
vida absorvem as tristes palavras de viver
as tristes caligrafias embainhadas no
sofrimento alheio...
pensava-te dentro do meu corpo de
estanho
montanha arrefecida depois da explosão
de insónias labaredas em lábios de incenso
as tristes
poéticas madrugadas de ninguém
porque o são adormecem sem o saber
comendo magoados corações de areia
e bebendo as tempestades das sanzalas
com telhados de vidro
poéticas tuas mãos
que poisam sobre o meu ombro curvado na
sombra nocturna dos corredores sem portas
há fotografias perdidas que acordam de
vez em quando
hoje umas
amanhã...
… as outras
todas elas poéticas madrugadas de
ninguém
que ardem
e se extinguem no sonho de uma criança
esquecida
perdida...
perdida dentro do curvilíneo livro da
infância
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 14 de Outubro de 2013
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