segunda-feira, 14 de outubro de 2013

poéticas madrugadas de ninguém

foto de: A&M ART and Photos

poéticas madrugadas de ninguém
mergulhadas no mar parecendo um veleiro embriagado
coitado...
poéticas manhãs sem sentido que da vida absorvem as tristes palavras de viver
as tristes caligrafias embainhadas no sofrimento alheio...
pensava-te dentro do meu corpo de estanho
montanha arrefecida depois da explosão de insónias labaredas em lábios de incenso
as tristes
poéticas madrugadas de ninguém
porque o são adormecem sem o saber
comendo magoados corações de areia
e bebendo as tempestades das sanzalas com telhados de vidro
poéticas tuas mãos
que poisam sobre o meu ombro curvado na sombra nocturna dos corredores sem portas
há fotografias perdidas que acordam de vez em quando
hoje umas
amanhã...
… as outras
todas elas poéticas madrugadas de ninguém
que ardem
e se extinguem no sonho de uma criança
esquecida
perdida...
perdida dentro do curvilíneo livro da infância


(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 14 de Outubro de 2013

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