Solidificado no vórtice da mentira quando sei que
das tuas mãos linhas transversais dividem dois corpos em duas
laranjas, solidificado este meu triste olhar quando sinto no espelho
teus lábios sofridos, teus molhados lábios, a boca estremece, desce
ao mais intimo poço da insónia, no meu “mundo” vive-se sentado
sobre uma placa de xisto, no meu “mundo” vives húmida como as
árvores depois da neblina, solidificado no meu “mundo”
Nosso “mundo”,
vives húmida como cavernas em sais de prata a preto
e branco, a imagem bloqueia, a imagem deseja a tela sobre ela sabendo
que do outro lado do abismo, o
Nosso “mundo”?
Vive e diverte-se,
Chora, grita entre uivos e orgasmos doirados, no
nosso “mundo” há uma clarabóia com olhos de gaivota e asas em
papel, no meu “mundo”, vive-se, chora-se, deseja-se
Desejam-se as fotografias, as minhas e as tuas, as
nossas imagens tridimensionais multiplicam-se, dividem-se... e
acordam os teus seios depois da madrugada partir, sem deixar rasto ou
paixão como fazem os barcos quando abandonam o porto de abrigo e
sente-se uma corda esmorecer, coitada, e aos poucos vê-se o corredor
na morte o teu púbis comestível nas páginas de um livro,
O meu “mundo”
No nosso “mundo” tudo pertence às fotografias,
tudo é sombra, tudo é desejo...
( ….... )
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 6 de Outubro de 2013
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