foto de: A&M ART and Photos
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a ditadura do teu olhar
arrependido nos cortinados das palavras
embriagadas
uma corrente de medo enrola-se ao teu
peito de incenso
e à janela
acorda a noite vigiada pela tempestade
dos teus lábios
sou um pequeno barco enferrujado
vagueando entre pontes e carris
desmantelados
sinto em mim a tua língua à poesia
mendiga
que vou escrevendo no teu vagaroso
corpo
como as teias de aranha do púbis que
engole a manhã
sou o pulso dos gritos uivos que
desabitam a tua mão com sabor a paixão
e entra em nós o silêncio desejo
o caranguejo que se esconde na
velhíssima carapaça de aço
voando sobre a cidade em ruínas...
e sei que tu recordas as palmeiras do
largo em lágrimas dos paralelepípedos como sandálias escorregadias
ou montículos de areia
deitados junto às rochas em
desassossegos cansaços de sémen
esperamos a maré desajeitada
sobre uns míseros lençóis de cartão
escorregadias... as palavras que
sussurras em mim da madrugada marginal
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 13 de Setembro de 2013
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