foto: A&M ART and Photos
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Tórrido como a luz sobrevoando os
cinzentos jardins invisíveis...
um corpo mergulha no infinito e
desaparece entre os pilares do desejo
como singelas vegetarianas árvores com
frutos secos e folhas de papel
tórrido como um livro em chamas na mão
de uma mulher saboreando versos
que o desconhecido vizinho do terceiro
esquerdo lhe oferece a cada Sábado,
Tórrido... entre luzes e esplanadas de
trigo
gaguejando no teu corpo de açúcar
transforma-se o beijo
um fluido em pequenas gotículas
e cresce em mim o desejo de possuir-te
como um livro em finas folhas de
sorrisos...
Tórrido tu dentro de mim
às conversas circulares
das ardósias suspensas no divã do
esqueleto interestelar das amêndoas com chocolate...
e o feitiço de ti em mim
como um corredor escondidos nas sombras
da Ajuda,
Tórrido... o meu destino sem nome
vagueando nas infelizes rochas de xisto
olho-me no rio e sinto-o a entra nas
minhas veias como noites em orgasmos suicidas...
tórrido o silêncio das tuas palavras
dos teus beijos
em tuas outras mãos alicerçadas no
meu peito de lareira acesa...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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