foto: A&M ART and Photos
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Terei em mim as sobejadas tuas
lágrimas?
E as tuas algas, meu amor,
como conseguem elas sobreviver sem as
minha mãos...
sem o meu olhar,
terei em mim as algemas flutuantes do
silêncio
quando apareces no espelho da noite
e começas a cantar
sorrindo,
Sou uma gota de água salgada
que voa nas clarabóias do teu doce
cabelo
sou uma gaivota disfarçada de gota de
água...
que te ama quando deitas a tua cabeça
no meu peito confeccionado com as pobres pétalas
do xisto laminado da paixão,
O amor dispara palavras contra os uivos
meninos da cidade dos abismos
sentavas-te nos corredores da noite
como se fosses uma árvore
uma menina vestida de árvore
como as tuas algas e os teus peixes e a
rosa que deixaste no interior de um velho livro...
o amor disfarça-se de madrugada
e assim, nós, os eternos amantes,
dormimos parecendo pássaros envenenados pelo cacimbo,
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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