foto: A&M ART and Photos
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Tinhas-me inventado com palavras de
vento
abríamos as janelas da imensidão
suspensa no amanhecer
sofrendo-nos como às portas em versos
poeirentos
velho cansado sofrimento
em ti me recusava escrever
sabendo eu que padeces perdida no
centro dos inesquecíveis momentos,
Havíamos concedido imagens dos troncos
sangrentos
pedacinhos em madeira adormecida
tínhamos vontades sofridas
como nas gargantas sílabas dos textos
em divãs de areia
sobre uma paisagem imaginada por loucas
rochas escaldantes
esmigalhados tormentos vivendo-se entre
cidades e campos,
Tinhas-me inventado... de vento
como sandálias de cortiça pedestres
em caminhos sem saída
sonhos presos aos tectos circunflexos
por medida
e abríamos os socalcos da montanha
mórbida em línguas gasosas do desejo alento
assento sobre a palavra derretida
havíamos inventado o tempo e os
cardumes assassinos perdidamente arrolados...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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