foto: A&M ART and Photos
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Fui ver o oceano mar
que o inverno coração tece nas
montanhas da paixão
levitei sobre as rochas cansadas de uma
madrugada doente
e demente flor em procissão no corpo
teu das estrelas com sabor a chocolate
fui ver... e permaneci em tempos
têmporas adormecidas dos cascos violentos...
tempestades e tormentos e nas mãos
tuas as delinquentes barcaças dos tecidos velas,
Será do teu corpo que acorda a fome em
palavras dispersas e vãs
que das teias de aranha silêncios meus
porque tenho lábios de areia
e boca de caverna sem esconderijo ou
amor ou amar dos versos embriagados
fui e desejo não regressar às antigas
ruas dos candeeiros dispersos
como as minhas folhas transparentes de
pergaminho voando sobre plátanos
e corpos nus brincando numa praia
imaginária,
Há beijos vendidos por duas ou apenas
três perversas rimas
beijos cansaços como velhos farrapos
de barcos aços
guindastes e seios de xisto embalsamado
que suspendem-se nos socalcos da loucura
grito e rio sorrisos que o Douro
entranha
teu ventre uma penúria montanha
cabisbaixo o púbis fingindo ventos que
me levam às cidades de granito...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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