domingo, 2 de junho de 2013

Penúria montanha

foto: A&M ART and Photos

Fui ver o oceano mar
que o inverno coração tece nas montanhas da paixão
levitei sobre as rochas cansadas de uma madrugada doente
e demente flor em procissão no corpo teu das estrelas com sabor a chocolate
fui ver... e permaneci em tempos têmporas adormecidas dos cascos violentos...
tempestades e tormentos e nas mãos tuas as delinquentes barcaças dos tecidos velas,

Será do teu corpo que acorda a fome em palavras dispersas e vãs
que das teias de aranha silêncios meus porque tenho lábios de areia
e boca de caverna sem esconderijo ou amor ou amar dos versos embriagados
fui e desejo não regressar às antigas ruas dos candeeiros dispersos
como as minhas folhas transparentes de pergaminho voando sobre plátanos
e corpos nus brincando numa praia imaginária,

Há beijos vendidos por duas ou apenas três perversas rimas
beijos cansaços como velhos farrapos de barcos aços
guindastes e seios de xisto embalsamado que suspendem-se nos socalcos da loucura
grito e rio sorrisos que o Douro entranha
teu ventre uma penúria montanha
cabisbaixo o púbis fingindo ventos que me levam às cidades de granito...

(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha

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