foto: A&M ART and Photos
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Sombras de ti dentro do espelho cansado
em mim
saboreando livros invisíveis com odor
a melancolia
um espaço vazio sombrio e escuro
entranha-se-te fazendo em ti a
escultura linear da insónia
pedes-me “silêncio” e eu escrevo
“silêncio” nos teus lábios de noite vaiada pela lua imaginária,
Pedes-me “amor”
e eu não sei escrever “amor” no
teu corpo tridimensional vagueando pelo espaço-tempo
e buracos de minhoca
invento-te nas paredes do fazedor de
versos
um transeunte doente com palavras
apodrecidas,
Malcriado inocente nas bocas verticais
de um triângulo rectângulo
pedes-me para escrever “hipotenusa”
nos olhos do tua tangente
perco-me de ti
e não escrevo “hipotenusa” junto
ao cateto das tuas coxas de cristal
escrevo-a no seno da tua saudade...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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