desenho de: Francisco Luís Fontinha –
Alijó
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Mostra-me onde fica o mar, sussurra-me poemas como
quando sinto os cortinados da minha janela, porque acorda o dia, a
cintilarem, dançam entre vidros e sombras de luar, mostra-me, se não
tiveres medo, onde fica a casa do amor, o silêncio do desejo,
mostra-me, sem pudor das imagens, o mar, as palavras do mar, fica,
não vás agora para a distante solidão dos desejos de amar,
mostra-me, mostra-me o que é o amor, e eu, oferecer-te-ei este
desenho, este desenho das minhas mãos, quando eu, ainda tinha mãos,
e tu, vagueavas dentro da minha cabeça como os peixes no aquário da
paixão; amar-me-ás? E se eu confessar-te entre murmúrios e sons
melódicos que te amo... zangar-te-ás como fazem os pássaros quando
lhes retiramos os cobertores nocturnos da geada? Guarda-o, e não
tenhas medo, deste, dos outros, de tantos e tantos... desenhos meus.
Francisco
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