foto: A&M ART and Photos
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Percebiam-se-te cansaços que o tempo
alimentava
flores dispersas como sandes de solidão
sobre uma cama encharcada
fina distância a janela da paixão
que a noite alicerçava,
E a fome
meu amor madrugada
que nuvens vorazes galopavam nas searas
abandonadas
e a fome das coisas prometidas
dos livros murmúrios palavras,
Amor... lâminas de vidro que a espuma
do mar recordava
entre a loucura e as lâmpadas do
silêncio encardido dos candeeiros cadáveres
amor só como areia dispersa na
imensidão da poesia
de dia
o amor... amor que não amava,
E desejava
sabia-te adormecida nos confins sulcos
que o estômago rejeitava
vogais sílabas e imagens do teu corpo
imprimido no céu petroleiro
e sobejava sabia-te dorida pelas mãos
das ilhargas madeiras da Primavera
que o meu coração imaginava,
Chorava-te como lulas grelhadas
dentro da barcaça da alvorada
percebiam-se-te cansaços e limonadas
como este maldito zumbido da esplanada
criança tristemente apaixonada
tristemente... recheada nos lábios
teus finos beijos que as pétalas do amor o vento transportava...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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