foto: A&M ART and Photos
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Há na tua pele o desejo da chuva
até às ondas que o vento chora
há em ti um coração em sofrimento
porque no mar vive a madrugada molhada
há na tua pele o silêncio
e a plenitude corpuscular que o amor
semeia nas ardósias em migalhas,
Há nos livros do prazer
palavras mortas
cansadas
obviamente destinadas a envelhecerem
nas tuas mãos acorrentadas ao destino
cansaço
e há sem o saberes as flores em
esqueletos putrificados,
Há momentos de tristeza
suspensos em cortinados que a manhã
abandonou nos caminhos de ninguém
há coisas que parecem belas
e não o são
porque elas
essas mesmas coisas não são mais do
que as sombras empoleiradas nas árvores de ontem...
Impavidamente sinto-os e sei que dormem
dentro do teu corpo
nu e deitado no cadeirão de milho
com barbatanas de chocolate
há na tua pele o esplendor do abraço
sabendo eu que amanhã nascerá um novo
amor
sobre os teus ombros amordaçados.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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