foto: A&M ART and Photos
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Ficcionado eu na tua mão sideral em
pedaços imaginários
de cristal e finos objectos de luz,
há uma lareira que se extinguiu dentro
do teu peito de caverna inventada
pelas palavras de uma árvore perdida
na montanha,
há ruas que nunca tiveram saída,
tu sabias,
e nelas continuaste a caminhar
como... se passeasses sobre o silêncio
mar,
Ficcionado eu nos teus seios de pano
que serviram para embrulhar luares e
noites de prazer,
há nessas mesmas ruas,
aquelas que nunca tiveram saída e tu
caminhavas,
relógios de pulso e canções de
amargo amor,
e tu sabias
que eu era uma simples sombra
como um copo moribundo na mão de uma
mulher pintada de negro,
Eras a noite
e aparecias-me quando as luzes da
insónia cessavam,
morriam,
eras a noite que sempre tive medo
e cobria-me com o cobertor cinzento...
para que não desses por mim,
ou descobrisses que o meu esqueleto em
vez de ossos
tinha ficcionado uma pomba branca
cansada de voar.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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