foto: A&M ART and Photos
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Habitas nos fantasmas candeeiros de
porcelana
e não saberás nunca
o nome verdadeiro do ciúme nocturno
habitas e desfazes-te em sorrisos de
areia
habitas nos corpos poisados sobre os
cais de madeira,
Habitas dentro do prazer
como as abelhas mergulham no pólen da
madrugada
habitas na saudade
e nas ervas miúdas que brincam nos
quintais de papel
à beira-mar,
Um livro eterno submerso nas lágrimas
do céu da boca
e tu habitas no transformismo das
palavras mortas
pelas línguas de prata
como uma pirâmide escondida no deserto
com os braços alicerçados aos lábios
do desejo,
Habitas no meu corpo
desarrumado
e cansado
habitas nos textos que escrevo
e nos poemas com as palavras
prisioneiras na húmida térrea,
Habitas fingindo que sonhas no meu
peito
corres e corres e corres pelo corredor
do silêncio
como se fosses uma criança sem nome
ou uma flor sem cor
ou... uma mulher de sombras que habita
nos túneis da solidão...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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