foto: A&M ART and Photos
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Eterno silêncio do charco de pedra
com as palavras que mergulham em lábios
de silício
na mão do homem com o chapéu preto
obliquamente sobre o rio da morte
às frias folhas de papel mata-borrão,
Desenho-te na límpida fragrância do
café com natas
enquanto um transeunte espera
impacientemente pelas torradas
e as folhas de papel com poemas
adormecidos
tristes
no cansaço da janela do beijo,
Subo pelo teu corpo acima
e sento-me em ti adornada montanha de
pele em suor
deito-me sobre as tuas mãos como se eu
fosse um cadáver sem nome
porque deixaste de prenunciar o verbo
meu sofrimento
que ao rio de sangue embarca até
desaparecer no umbigo da noite,
Sabes que sou eu?
o filho indesejado das palavras
começadas por F
e terminadas em OR
eu aquele insignificante miúdo com
calções de areia e sandálias de chocolate
das sanzalas envergonhadas como os
cavalos brancos das invisíveis madrugadas,
Eterno silêncio do charco de pedra
eterno teu corpo de xisto embrulhado
nos socalcos da dor
miudinha ela a chuva de alegria
dos teus singelos seios de neblina
ao cair a tarde no Douro Rio... no
Douro AMOR.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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