sábado, 5 de janeiro de 2013

Palavras frágeis


A todas as palavras frágeis
que desenhei na tua boca
quero-as de volta à minha mão deserta
morta

confusa porque o meu coração
sente o silêncio das rochas mergulhadas no mar
um peito arde e esfumaça-se na lareira da saudade
como todas as flores que viviam nos jardins da Babilónia

arderam morreram simplesmente subiram aos céus
e encontraram
morta
A todas as palavras frágeis

que desenhei na tua boca
a louca
porta
que se esconde nos teus abraços lilases

poucas
como as jangadas que se suicidam no lago da amoreira
troncos finos de árvores cansadas
tombam

incham
e em ais sobejam dos lábios em poesia
sentia que sinto ainda as palavras poucas
nas frágeis manhãs de Primavera.

(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
Alijó

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