A todas as palavras frágeis
que desenhei na tua boca
quero-as de volta à minha mão deserta
morta
confusa porque o meu coração
sente o silêncio das rochas
mergulhadas no mar
um peito arde e esfumaça-se na lareira
da saudade
como todas as flores que viviam nos
jardins da Babilónia
arderam morreram simplesmente subiram
aos céus
e encontraram
morta
A todas as palavras frágeis
que desenhei na tua boca
a louca
porta
que se esconde nos teus abraços
lilases
poucas
como as jangadas que se suicidam no
lago da amoreira
troncos finos de árvores cansadas
tombam
incham
e em ais sobejam dos lábios em poesia
sentia que sinto ainda as palavras
poucas
nas frágeis manhãs de Primavera.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
Alijó