As manhãs eram de líquido cambaleando
dentro da noite
no vidro do cansaço
o dardo das tuas palavras contra o meu
peito
a singela e triste árvore dos sonhos
na proa de um paquete sujo e nu
obeso como as rochas aprisionadas no
tecto das coxas tuas lua de cor,
amanhã vou sentar-me sobre as sombras
húmidas que os ponteiros do relógio
constroem nas asas de um moinho de
vento,
cai a chuva imaginada pela boca
a tua boca em gritos herméticos
a tua boca nas carícias dos lábios
perpendiculares ao beijo
da aranha de vinte e cinco patas,
(amanhã vou sentar-me sobre as sombras
húmidas que os ponteiros do relógio
constroem nas asas de um moinho de
vento),
e o círculo do desejo
em movimento circular e uniforme...
em abraços
de aço
os barcos e os paquetes
quando o púbis das sílabas
dorme sobre o mar
e as manhãs solidificam.
(poema não revisto)
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