domingo, 19 de fevereiro de 2012

Triângulos da tarde

A prisão invisível da manhã
Em pedacinhos de luz
Suspensos no cortinado da solidão

Puxo de um cigarro
E sinto que na minha mão
Gemem as palavras abraçadas aos triângulos da tarde
E quando acordar a noite
Um círculo de medo esconde-se no espelho do mar
E o meu corpo em desassossego dorme
Finge sonhar
Num jardim de claraboias com vista para o tejo

A prisão invisível da manhã
Em pedacinhos de luz
Suspensos no cortinado da solidão
E ao longe uma ponte de sorrisos saltita nos orgasmos do rio
Um barco esconde-se dentro da madrugada pintada
Nas páginas de um livro
Puxo de um cigarro
E sinto que na minha mão

Brincam as palavras no silêncio da manhã.

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