Não estavas,
levemente
desapareceste nos panos húmidos da manhã,
sentia-se a brisa
que regressava da montanha,
peguei na tua mão,
percebi que era de
papel, percebi que era impossível segurá-la...
hesitei,
voltei a pegar,
a tua mão ardeu, e
vi a cinza madrugada rolando calçada abaixo,
O rio absorveu-a, o
rio absorve todos os corações sem nome,
levemente... deixou
de haver manhã,
perdi a noção do
meu corpo, perdi nas pálpebras da tua dor o meu sorriso...
fiquei carrancudo,
absorto, como o granito esquecido numa rua sem janelas,
a pedra, e as
flores...
absorvidas pelo
mesmo rio que hoje alimenta o meu desejo,
não estavas,
e hoje tenho medo a
todas as mãos de papel...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 11 de
Julho de 2014