segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

O cansaço das palavras


A vida suspensa nas madrugadas de areia.
O cansaço das palavras na boca do Psicólogo, às vezes, tenho medo,
Da escuridão das personagens,
Quando o homem do chapéu negro,
Invade as paredes transparentes da saudade.
Está frio, meu amor.
O mar está longe,
Como as migalhas da solidão,
E este veleiro não pára,
Move-se,
Alimenta-se da minha pobre sombra.
Tenho medo, meu amor.
Tenho medo da saudade,
Quando inventada pela claridade dos dias tristes,
Cansados de viver.
Escrevo-te,
Desenho-te,
No caderno prateado que traz o silêncio da morte.
A verdade, custa.
O silêncio da verdade, custa mais…
Mas não interessa se as árvores vão sobreviver à saudade.
Porque dentro de mim, meu amor,
Só existe o cansaço das palavras.
Nada mais.
O cansaço das palavras.



Francisco Luís Fontinha – Alijó
06/01/2020

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